sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MEU ERRO Nº 3: Super ansioso

Eu não tenho problemas pra comer verdura, legumes, frutas... gosto de tudo. Meu problema é que, quando a ansiedade vem, eu entro numa onda de comer, comer, comer sem parar. E nesses momentos, geralmente não me lembro das coisas lights e saudáveis; quero é carboidraaaato, doooce... aff!



Mas afinal, ansiedade engorda?

Essa inquietação pode ser uma doença e, para alguns especialistas, ajuda a aumentar o peso. Outros defendem que o transtorno e a obesidade não têm associação alguma.
Não é raro escutar alguém dizer que engorda porque é ansioso e acaba comendo demais. Mas ainda existe a dúvida se ela realmente pode levar ao ganho de peso. Para o psicólogo clínico formado pela Universidade de São Paulo (USP) e credenciado pela Associação Brasileira de Estudos para a Obesidade, Marco Antonio De Tommaso, o alimento pode baixar a ansiedade momentaneamente, o que faz a pessoa comer em excesso. Segundo ele, os transtornos são mais comuns em obesos. "Discute-se, portanto, se ela é causa ou efeito. Mas sua presença é inquestionável", afirma.
Tommaso enfatiza que um dos principais motivos da compulsão alimentar é a ansiedade e aconselha que o tratamento ideal envolva acompanhamento médico, nutricional, físico e psicológico. "Ela é um dos grandes sabotadores da dieta. Quando a pessoa sabe o que é necessário fazer para não engordar, mas não consegue, é hora de procurar ajuda", destaca.
A ansiedade existe, obviamente, mas não tem associação com a obesidade, segundo o diretor de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Adriano Segal. Uma pessoa pode ser magra e ansiosa; tranqüila e obesa; ou, ainda, ter ansiedade e também não conseguir comer por conta dela. "Uma coisa não é conseqüência da outra. É habitual jogar a culpa neste sentimento para não encarar de vez um regime e continuar a comer em demasia", diz Segal. A segunda hipótese, para o médico, é que a pessoa pode ter crises compulsivas ou ter acessos de compulsão alimentar. Todas essas situações podem precisar de tratamento, dependendo do grau de interferência na rotina.
"A compulsão é um ato ou pensamento ritualizado para satisfazer uma obsessão e, portanto, a ansiedade está relacionada à sensação de precisar executar inúmeras vezes a mesma atitude, como comer, por exemplo", resume o psiquiatra. Ele explica, também que, nem sempre há o diagnóstico de transtorno compulsivo alimentar. "O que pode ocorrer são episódios momentâneos de compulsão", observa.
Esse mal é um estado psicológico caracterizado por expectativa de que algo terrível está para acontecer, às vezes, sem fundamento. "Ela pode ser contínua, apresentar crises (como as de pânico, por exemplo) ou ocorrer em situações de estresse", argumenta. "E apresenta sintomas como palpitações, sudorese, inquietação, boca seca e várias outras sensações físicas", encerra o médico.
Quando vira doença
Existem diversos tipos de transtornos. Entre eles, os de ansiedade e os compulsivos, com diferentes comportamentos. A pessoa adequada para avaliar se essa emoção excede os limites da normalidade é um psiquiatra. "A ansiedade pode ser um sentimento vivido circunstancialmente por alguém que encare uma situação de medo, ira, expectativa, excitação, por exemplo. Ou até mesmo após os exercícios", ressalta o médico psiquiatra, Alexandre de Souza Junior, de Santos (SP). Isso é natural. Porém, há uma linha que divide o normal do patológico. "As manifestações desproporcionais - em intensidade, duração e freqüência - ou interferem no desempenho da pessoa ou podem significar que há necessidade de tratamento", esclarece o profissional.
De uma maneira geral, as pessoas sabem se estão ou não ansiosas. Entretanto, podem confundir se o que sentem é apenas uma reação comum ou um mal orgânico que cause essas sensações.
O problema pode afetar a vida profissional no ânimo, na concentração e na segurança para realizar as tarefas. "O principal termômetro para alguém descobrir se tem um transtorno ansioso é refletir sobre quanto vem sofrendo persistentemente com esses sentimentos. Se há prejuízos na qualidade de vida é bom procurar ajuda médica", indica Alexandre.
Esse tipo de doença deve ser tratada com acompanhamento terapêutico e, muitas vezes, remédios. "Existe um transtorno químico e emocional que necessita de tratamento", afirma Alexandre.

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